terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Poder sem limites


 "Eu sou o macho alfa".


   Poder sem limites é mais um filme de poderes, mas não é um filme de heróis; por incrível que pareça é um filme de filosofia e adolescência.
   Filosofia, por que levanta questões não muito perceptíveis sobre moralidade e de adolescente porque é um filme sobre adolescentes diferentes que partilham um segredo e um dom ímpar.
   A história gira em torno de três rapasses do ensino médio, Steeve, Andrew e Matt, mas é mais focada em Andrew, personagem principal da história.
   Andrew é um cara que provavelmente existe em qualquer colégio ou faculdade. Alguém que tem mais problemas e sofre mais do que qualquer outro gostosão do time, ou da patricinha que quebrou a unha e tá com o cartão bloqueado. Tem uma vida complicada, é isolado, não tem amigos, e convive com um pai ex-bombeiro aposentado por invalidez e uma mãe com péssimas condições de saúde, que vive deitada quase o tempo todo e de tratamento, tem remédios caros demais para se comprar. Logo no inicio do filme ele mostra a sua mãe sua nova câmera filmadora, que provavelmente juntara dinheiro por muito tempo, mesmo sendo uma de modelo antigo, mas para o garoto é mais do que suficiente. Ele passa a filmar tudo que acontece em sua rotina inclusive nos momentos do colégio e as agressões do pai. Logo depois somos introduzidos ao primo dele, Matt, um cara recém-saído do estilo fútil popular depois de perceber que havia algo melhor para ele fazer com a sua vida, conhecedor razoável de filosofia e interessado em uma garota que provavelmente não se interessaria por ele se ele continuasse fazendo palhaçada ao mesmo tempo em que dá carona ao seu primo Andrew todos os dias até o colégio dos dois.
   Os três passam a andarem juntos quando Matt vai a uma festa e convida Andrew também, lá eles conhecem Steeve o boa pinta, candidato a presidente no colégio e político em potencial no futuro, que pede que Andrew filme um buraco no terreno do local da festa. O lugar emite sons e tremidos estranhos, não resistindo à curiosidade os dois vão e Andrew, se borrando é obrigado a entrar também. O local se revela ser uma espécie de caverna e eles encontram uma coisa muito estranha que brilhava, talvez militar, talvez alienígena, intencionalmente não revelado.
   No dia seguinte habilidades tele cinéticas surgem nos três como resultado á exposição ao objeto. Agora eles podem mover coisas com a vontade da mente.
   No inicio vão fazendo brincadeiras com as pessoas ao redor, como colocando o carro estacionado em outro lugar e assustando menininhas com ursos de pelúcia que voa. Tudo é só zuação. Graças a suas habilidades Andrew ganha um espaço no meio colegial, ficando popular, usando eles como “mágica”.
   Até aí ótimo, mas as coisas ficam mais complicadas para Andrew que se questiona sobre o que vem lhe acontecendo e a suposta falsidade das suas amizades, somadas aos problemas na família tornam um segundo ato do longa focado no garoto que adquire um outro nível de habilidades se sagrando superior aos outros. Uma coisa leva a outra e no fim somos levados a uma batalha perigosa. Não vou falar mais nada para não estragar as coisas.
   O filme levanta pontos legais como o papel que alguém pode adquirir ao perceber ser maior que os outros, como é dito no filme: um leão não sente remorso ao matar sua presa, e um homem não se sente mal ao esmagar uma mosca, sendo superiores eles podem fazer, e por poderem fazer, não necessariamente precisam se culpar por ser dominante. É apenas a lei natural.
   Outra coisa interessante é a maneira como o filme é rodado. É usado um tipo de filmagem básica, amadora, refletindo que o próprio personagem registra todo o filme, e a câmera evolui ao longo do filme, ao mesmo tempo em que Andrew adquire maior controle e pericia de manuseio. Aqui a câmera é um personagem da história, mesmo quando Andrew não está filmando, o ponto de vista do aparelho é mostrado por diversas maneiras como câmeras de segurança, de helicópteros e pelas pessoas que veem os acontecimentos catastróficos no clímax do filme. Andrew é obcecado por registrar o que lhe acontece e o que acontece ao seu redor. Destaque para um momento em que ele mentalmente retira das mãos de curiosos, celulares e câmeras para que lhe filmem todo o momento. Excelente maneira de se contar uma história, já usada anteriormente em outras produções , mas retratada aqui de maneira especial e pessoal.
   Por fim poder sem limites é um filme, onde o poder é a fonte que desencadeia questões sobre nosso papel no mundo. Recomendável para todos, principalmente para aqueles que acham que esse tipo de temática é superficial.


2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. So posso dizer q um poder desse e incrivel q e o meu maior sonho de ter uma forca assim na minha vida...

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