gs por ai, falavam bem, mas não tão bem assim. quando eu comecei a ler achei o mesmo. a história parecia simples demais, o personagem parecia uma criança, que chorava por qualquer coisa, talvez fosse grande coisa para o Charlie, afinal, levando em conta tudo, talvez eu pudesse entende-lo melhor, depois de alguns capítulos eu comecei a entrar no clima da história e me divertir e me entristecer mais.
Charlie é um rapaz sem muitos amigos, aliás, nenhum; seu único amigo havia cometido suicídio no verão anterior e agora, nas novas aulas, em fim no ensino médio, ele pretende mudar as coisas. lá ele conhece Sam e Patrick e se tornam amigos, meu personagem favorito é o Patrick, ele é engraçado demais e ao mesmo tempo ferido, pela situação em que passa por amar outro cara que infelizmente tem problemas para assumir isso. todos os personagens, ao menos os principais, passam por alguma coisa ruim, o que não torna uma história de adolescentes sofredores, Sam e Charlie sofreram do mesmo trauma, o abuso sexual, nem sempre percebido por eles mesmos, e no final você se choca, para quem não conhece a história (diferente de mim) mesmo eu que já conhecia, tive uma reação que eu não esperava ter. é ótimo quando você entende a mensagem que um autor quer passar, por fora das senas, dos atores, das palavras, quando você entende , depois de cavar, e desviar-se de toda a distração, do que realmente tem o significado daquilo tudo. E eu tive o esclarecimento.
É um livro sobre aceitação, seguir em frente, não necessariamente por vontade própria. é algo maior do que o que acontece com o personagem, ou qual personagem você deve odiar ou não. não existe vilão, é algo hereditário. as pessoas as vezes são resultados das dores que tiveram ao longo da vida. os abusos que Charlie sofreu são resultados da perturbação dos abusos que sua tia sofreu em um dado momento; um primo de Charlie que se torna alcoólatra por ver seu pai beber o tempo todo; outro que nunca tocará em um copo com bebida... o fato é que o livro é uma mensagem, sobre que tipo de pessoa você pode se tornar quando passa por algo, você pode aprender com isso e fazer diferente, superar, ou pode carregar isso, como uma maldição triste e conviver com ela.
Charlie conseguiu, amigos, pessoas que o fizessem se sentir novo, especial, ele conseguiu, ele se sentiu livre feliz, pode seguir em frente, pois ama e é amado, porque se sente infinito.
Ps: Eu gostei do livro, mas acho que o filme me conquistou mais, por isso prefiro o filme, e isso é um grande elogio, em vista que nem sempre os filmes são melhores que suas versões originais.
Ps 2: vale a pena procurar as músicas que o Charlie curte, como a preferida dele Asleep da banda The Smiths, que é linda, e quem sabe, os livros que ele lê ao longo da história também.
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